Estreou ontem (12/03/2015), nos cinemas o filme " Para sempre Alice", que rendeu o Oscar de melhor atriz à norte-americana Julianne Moore, do cineasta Richard Glatzer.
O longa aborda de forma sensível e sem estereótipos o drama enfrentado por uma respeitada professora de linguística da Universidade de Columbia, Nova York. Alice, de 50 anos, começa a sofrer com problemas de memória que logo passam a afetar seu rendimento profissional e familiar, até culminar em um ponto em que ela não lembra mais o caminho de casa, A professora, então, decide procurar um médico neurologista que lhe aplica alguns testes e pede exames específicos.
A doença de Alzheimer precoce (antes dos 65 anos) não é tão comum, mas atinge cerca de 5% dos pacientes. No filme, tanto a personagem como seus familiares têm que aprender a conviver com a enfermidade, incurável e degenerativa.
Não se sabe por que a doença ocorre, mas, com o avanço da medicina, algumas lesões cerebrais passaram a ficar mais evidentes. As duas principais alterações são as placas senis decorrentes do depósito de proteína beta-amiloide, anormalmente produzida no caso da doença, e os emaranhados neurofibrilares, fruto da hiperfosforilação da proteína tau. Além disso, segundo o neurologista Rodrigo Schultz, diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), outra alteração observada é a redução do número de células nervosas (neurônios) e das ligações entre elas (sinapses), com redução progressiva do volume cerebral.
Ainda assim é importante ressaltar que quando a doença é diagnosticada no início, é possível retardar seu avanço por meio de medicamentos específicos e estimulação física/emocional, garantindo melhor qualidade de vida para o paciente e a família.
Os médicos costumam dividir a evolução dos sintomas em três fases: leve (perda da memória frequente, dificuldade para encontrar palavras), moderada (necessidade de ajuda com a higiene pessoal, esquecimento do nome de familiares) e grave (dificuldade para comer, falar, comportamento inapropriado).
O papel do cuidador também é fortemente destacado na trama. Normalmente, após o diagnóstico de uma doença como essa, a família passa por momentos de ansiedade, culpa e medo. Muitas vezes inconscientemente, um integrante da família acaba assumindo o papel de cuidar da pessoa adoecida, mas se a função não for bem orientada, de acordo com Fernanda Gouveia Paulino, psicóloga da ABRAz, o familiar pode acabar vítima de estresse.
“Num estágio moderado da doença, o cuidador dedica cerca de 70% do seu tempo para cuidar do outro”, revela.
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