Não apenas no mês de setembro, que é o mês do setembro verde, mas durante todo o ano devemos abraçar essa causa e exercer nosso papel de cidadão. Pensar no próximo não é apenas doarmos roupas, alimentos ou sermos uma boa pessoa com os outros ao nosso redor. Pensar e ajudar ao próximo é doarmos também órgãos de nossos familiares, pararmos de ser egoístas e assinarmos o termo de doação, mesmo que o momento seja doloroso para você, mas pense, você estará trazendo a alegria e a vida para alguém.
A doação de órgãos é um ato de amor extremo, de enorme respeito pela vida e de solidariedade. De toda a cadeia de processos que envolve um transplante de órgãos, o componente mais importante é o doador.
Um transplante bem sucedido, não salva apenas uma vida, mas também permite o resgate da saúde física e psicológica de toda a família envolvida com o paciente transplantado.
No Brasil, o sistema público de saúde (SUS), financia mais de 95% dos transplantes realizados e também subsidia todos os medicamentos imunossupressores utilizados no pós operatório para todos os pacientes.
Hoje temos o maior programa público de transplantes do mundo, fato que deve ser comemorado e valorizado por toda a sociedade brasileira. Mas ainda temos muito a melhorar neste cenário.
No primeiro semestre de 2013 atingimos a marca de 13,3 doadores por milhão de habitantes (pmp), próximos da meta prevista de 13,5 pmp para este ano, e possivelmente com um esforço ainda maior no segundo semestre conseguiremos atingi-la.
Entretanto, a jornada é longa até a obtenção dos 20 doadores em 2017. Em países como a Espanha, essa relação chega a 35 pmp.
A taxa de aproveitamento dos potenciais doadores chegou a 30% no último semestre, o que ainda é muito pouco, tendo um crescimento mais lento, mas há a expectativa de que a meta de 35% seja alcançada em 2017.
Graças a atuação na melhoria da infraestrutura e, principalmente, do aumento da sensibilização das famílias, o número de doadores no Brasil tem crescido dia a dia e, com ele, o índice de pessoas transplantadas.
No ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde, foram realizados em todo o País 23.999 transplantes, maior número da última década, quando foram registradas 12.722 cirurgias.
Em conclusão, a medida que vamos crescendo, as dificuldades para atingir as novas metas vão aumentando, mas com o esforço de todos estamos nos aproximando do objetivo (20 doadores pmp em 2017).
Não enfrentamos grandes obstáculos à doação de órgãos no Brasil, visto que todo o processo está regulamentado e por termos a legislação mais avançada do mundo, no que se refere a doação de órgãos e sua alocação.
O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte.
Lembrando que é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.
É fundamental que consigamos incentivar a doação e levar a informação correta à população sobre Transplantes de Órgãos e Tecidos.
Através da informação poderemos alterar esses dados. Quanto mais a população se conscientizar da importância de se tornar um doador, menor será a angustiante fila de espera por órgãos.
No dia 27 de setembro comemoramos o Dia Nacional de Doação de Órgãos e por iniciativa da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, tivemos os “Monumentos verdes” para chamarem a atenção para a doação de órgãos e Sensibilizar a população paulistana para a necessidade da doação de órgãos e tecidos.
“Transplante é muito mais do que uma simples cirurgia. É um procedimento que envolve a mais profunda conexão entre seres humanos." - James F. Burdick.
Entrevistado : Dr José Lima Oliveira Júnior
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