Todo o progresso da Medicina não diminuiu o impacto psicológico que a indicação de um transplante cardíaco infantil provoca.
O papel da família é importante em qualquer estádio da vida e se torna particularmente relevante no acompanhamento à criança, no que diz respeito ao surgimento, ao ato de lidar e nas perspectivas de um transplante cardíaco infantil.
O sucesso de um transplante em crianças depende, em grande parte, dos pais, em especial, da mãe. A capacidade destes de se responsabilizar pelo tratamento e de lidar com o estresse psicológico e social inerentes ao transplante, em suas várias fasesé fundamental para se obter bons.
O transplante cardíaco infantil é indicado como tratamento principalmente para o estágio D de insuficiência cardíaca, que pode ser decorrente de:
O quadro clínico varia com a idade. Os sintomas mais comuns em lactentes são taquipnéia, taquicardia e dispnéia às mamadas; em crianças maiores fadiga e intolerância ao exercício; em adolescentes são similares aos de adultos.
O transplante cardíaco infantil tem possibilitado a sobrevida, que pode chegar a 85% no 1º ano pós transplante, e melhora da qualidade de vida em um grupo de crianças portadoras de cardiopatias complexas e cardiomiopatias refratárias ao tratamento clínico.
No mundo são realizados cerca de 450 transplantes cardíacos infantis por ano, o que representa por volta de 10% do total de transplantes cardíacos realizados.
Os critérios de indicação são:
Como em adultos, a principal dificuldade para realização de um transplante cardíaco infantil é a limitação do número de doadores. Para cada 1000 potenciais doadores adultos, temos cerca de 100 infantis e a atual taxa de recusa familiar está em 43%.
A maior experiência brasileira é a do Instituto do Coração (InCor).
Entre outubro de 1992 e novembro de 2013, foram realizados 135 transplantes cardíacos infantis, 70% por cardiomiopatias e 30% por cardiopatias congênitas. Destes 135 pacientes, 85 pacientes encontram-se em seguimento clínico.
A doença vascular do enxerto com necessidade de re-transplante ocorreu em dois pacientes, sendo que um deles necessitou de transplante renal simultâneo e o outro paciente encontra-se clinicamente bem após 2 anos de retransplante.
O transplante cardíaco em crianças e adultos com cardiopatia congênita constitui-se em opção terapêutica pois possibilitando sobrevida a longo prazo destes pacientes, com melhora substancial da qualidade de vida.
Entrevistado : Dr José Lima Oliveira Júnior
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