terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Monitoramento da fauna na área da barragem garante a preservação dasespécies nativas da região

A Atol Consultoria Ambiental, contratada pelo SAAE, vem realizando o Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre, desde 17/8/2013, na área de 1,3 milhão de m² onde foi construída a Barragem do Rio Capivari-Mirim, no Bairro Mirim.
Nos levantamentos de campo realizados num único fragmento florestal, presentes nas áreas de influência direta da barragem, foram estabelecidos três pontos de amostragem. Este levantamento apontou até o momento 185 espécies de aves,19 espécies de mamíferos terrestres, 10 espécies de morcegos, 16 espécies de anfíbios e 8 de répteis.
Foram utilizados diferentes métodos de monitoramento de acordo com o grupo estudado. Para a Herpetofauna (estudo dos répteis e anfíbios) foram utilizados os métodos: 
Busca Ativa 
As amostragens tiveram duração de 9 h por dia (5 h no período diurno e 4 h no noturno). Este método consiste em percorrer os pontos amostrais procurando ativamente por espécies, cobrindo um terreno significativamente maior e mais diversificado. Assim é possível vistoriar uma maior diversidade de habitats e seus microhabitats como: galhos das árvores, serrapilheira, troncos caídos, ocos de árvores, reentrâncias de pedras, bromélias, riachos, brejos, lagoas, poças temporárias.
Vocalização
Algumas espécies de anfíbios podem ser identificadas pela vocalização que é específica. Neste caso, quando um indivíduo é registrado pela vocalização, mas não é observado.
Armadilha de Queda
Foram montadas em cada ponto amostral três linhas de armadilhas de queda com baldes plásticos de 60 litros e com cercas de desvio. As três linhas de armadilhas instaladas totalizaram juntas 18 baldes e aproximadamente 80 metros de extensão, e permaneceram ativas durante os sete dias de campo.
Para o estudo da Avifauna (estudo das aves) foram utilizados os métodos:
Pontos de Escuta
Em cada ponto foi determinado um percurso padronizado onde eram estabelecidos cinco pontos de escuta eqüidistantes cerca de 200 m, visando evitar a sobreposição de espécies amostradas. Foram dedicados 10 minutos de parada em cada ponto de escuta, buscando identificar e mensurar os indivíduos ali visualizados ou escutados, desde que situados dentro de um raio de até 50 metros do pesquisador. O percurso foi percorrido a partir do amanhecer, anotando todas as espécies visualizadas e escutadas, pelo menos um dia em cada sítio de amostragem.
Transectos
Este método consiste em realizar um percurso padronizado com o auxílio de binóculo e gravador, registrando as espécies observadas. Pode-se também emitir um som gravado para atrair visual ou em resposta sonora, espécies mais difíceis de localizar com outros métodos. Informações adicionais, como número de indivíduos, estrato onde a ave estava e sexo, quando possível, também foram registrados, sempre acompanhando o período de maior atividade das aves, entre 6h e 10h e, para identificação de espécies crepusculares e noturnas, entre 16h e 20h.
Captura e anilhamento
Para a captura das aves foram utilizadas 10 (dez) redes de neblina 12 x 3m e de malha 30 mm, montadas em linha, em cada um dos pontos de amostragem. As quais foram mantidas abertas continuamente durante os períodos de pico de atividade das aves, entre 06h e 10h e das 16h às 22h, totalizando 10 horas/dia, o que equivale a 10.800h.m² de esforço total de captura por campanha.
Para o grupo de Mastofauna (estudo dos mamíferos) as técnicas utilizadas foram as armadilhas de contenção, armadilhas de queda (pitfall), e, visando privilegiar métodos de observação, a busca por vestígios em substrato natural, além de câmeras fotográficas disparadas automaticamente (câmera traps), censo por observação direta e indireta e redes de neblina para captura de morcegos. 
Para cada área de amostragem foi implementado um transecto (trilhas já existentes e outras abertas pela equipe), onde foram colocados dois tipos de armadilhas, sendo 15 (quinze) do tipo sherman e 15 (quinze) do tipo tomahawk, totalizando 90 armadilhas total.
A mesma preocupação foi tomada em relação a preservação da Ictiofauna (estudo dos peixes) a barragem conta com um canal para transposição dos peixes. Os técnicos da Atol constataram a existência de uma grande diversidade de peixes no Rio Capivari Mirim. Cerca de 550 peixes foram capturados e soltos durante o levantamento, sendo os de maior ocorrência: lambari, tambiú. ximboré, piava, piaba, peixe cachorro, peixe cadela, traíra, saguiru, mato grosso, tuvira, itui, cascudo, lebiste, cará, coridora e mandi chorão.
O objetivo do monitoramento é verificar a condição da fauna local e o quanto a obra irá impactar na população faunística. A empresa também é responsável pelo manejo e salvamento dos animais durante a supressão da vegetação, visando a diminuição dos impactos ambientais.






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