sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Morre aos 101 a artista plástica Tomie Ohtake

Morre uma das mais prestigiadas artistas plásticas brasileiras, nesta quinta-feira(12), Tomie Ohtake, por volta das 12h20 em São Paulo, por choque séptico causado por broncopneumonia. Ela tinha 101 anos e por quase seis décadas desenvolveu seu trabalho como pintora, gravadora e escultora.
Ela estava internada no hospital Sírio Libanês desde o dia 2 de fevereiro, receberia alta no dia 10, mas engasgou com um gole de café, teve bronco-aspiração e, em seguida, parada cardíaca.  
Seu corpo será velado no Instituto Tomie Ohtake, na zona oeste de SP, na sexta-feira, das 8h às 14h. O velório será aberto ao público. O corpo será cremado posteriormente em cerimônia restrita à família.
Tomie tornou-se amplamente conhecida pelas esculturas públicas em grandes dimensões, _são cerca de 30, espalhadas pelas principais cidades brasileiras. 
Em São Paulo, destacam-se os grandes painéis que fez para a Estação Consolação do Metrô, o Monumento à Imigração Japonesa na avenida 23 de Maio e as esculturas em diferentes pontos da Cidade Universitária.
Deixa dois filhos, o arquiteto Ruy Ohtake e o administrador cultural Ricardo Ohtake,  além de um prestigiado instituto de arte contemporânea que leva seu nome.
A artista participou de oito edições da Bienal de São Paulo, era conhecida  pelo abstracionismo informal, por suas esculturas públicas em grandes dimensões e pelo cromatismo vivaz, pintou até o final da vida.
Nascida em Kioto, no Japão, viajou ao Brasil em 1936 para visitar um irmão, mas acabou se casando com o engenheiro agrônomo Ushio Ohtake e se estabelece eu no bairro paulistano da Mooca, Tomie foi educada para ser dona de casa.
Começou a pintar com 39 anos, já com os filhos crescido, montando e desmontando seu cavalete em um espaço diminuto da sala de jantar.
Seu trabalho so se tornou conhecido a partir dos anos 1960, mas em 1953, ela passou a integrar o Grupo Seibi, formado por artistas de origem nipônica Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Flávio Shiró e Tadashi Kaminagai.

Neste período, naturalizou-se brasileira e afirmou-se como artista devido a seu estudo das relações entre forma e cor que marcaria toda sua carreira, passeando entre formas ovais, quadradas, retangulares e cruciformes.
Expôs suas gravuras na sala Gráfica D'Oggi na Bienal de Veneza de 1972, e em 2010 inaugurou uma de suas últimas exposições no Instituto Tomie Ohtake, dedicada apenas ao círculo. No ano seguinte, apresenta "Pinturas Cegas", série de 32 obras que produziu com os olhos vendados entre o final dos anos 1950 e o início dos anos 1960.
Recebeu em 1995 o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Culturae, em 2008, o Grande Prêmio da Crítica de Artes Visuais da APCA, entre várias premiações que recebeu ao longo de sua vida artística.
 Suas obras fazem parte do acervo dos principais museus e coleções de arte brasileira. 







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