terça-feira, 1 de setembro de 2015

Setembro Verde

No dia 27 de setembro comemoramos o Dia Nacional de Doação de Órgãos pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

verde é a cor internacional de órgãos e no mês de setembro comemoramos a semana da doação de órgãos e o dia nacional da doação de órgãos. Daí a idéia de criar o mês da Doação de Órgãos! O Setembro Verde, à semelhança do “Outubro Rosa” e Novembro Azul”. 

Graças a atuação na melhoria da infraestrutura e, principalmente, do aumento da sensibilização das famílias, o número de doadores no Brasil tem crescido dia a dia e, com ele, o índice de pessoas transplantadas. No ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde, foram realizados em todo o País 23.999 transplantes, maior número da última década, quando foram registradas 12.722 cirurgias. 

Outro dado importante é que o Brasil registrou, em 2012, 13,6 doadores por milhão de população, número bem próximo do que o ministério estabeleceu como meta em 2015, que é 15 doadores por milhão da população.

Neste semestre, pela primeira vez desde 2007, observamos uma diminuição na taxa de potenciais doadores, de doadores efetivos e no número de transplantes de rim, de fígado e de pâncreas, em relação ao ano anterior.

A taxa de notificação de potenciais doadores, que foi de 49 pmp em 2014 com previsão para esse ano de 53,5 (aumento de 10%), está sendo frustrada pela taxa obtida de 46,5 pmp. A taxa de efetivação está estagnada em 29%, enquanto que a esperada é de 32%, para obtenção de 17 doadores efetivos pmp nesse ano. 

Entretanto, a taxa de doadores efetivos obtida foi de apenas 13,4 pmp (21% abaixo da taxa esperada). 

Então, ressaltamos que, lamentavelmente, estamos trabalhando com uma meta menor para este ano, de 15 a 15,5 pmp, que também será difícil de ser obtida. 

A elevada taxa de recusa familiar à doação (44%) persiste como o principal obstáculo para a efetivação da doação na maioria dos estados, enquanto que em outros persiste a dificuldade na realização dos testes para o diagnóstico de morte encefálica. 

Observa-se que 15 estados obtiveram uma taxa de doadores efetivos inferior à metade da média do Brasil (< 6,8 pmp), sendo que em nove deles essa taxa foi < 3 pmp. SC continua com destaque na taxa de doação.

Nos transplantes renais não houve a recuperação esperada em relação ao 1o trimestre, e a queda comparada com 2014 foi de 6% no número de transplantes (9,7 pmp na taxa de transplantes), sendo essa diminuição de 2,3% com doador falecido e de 16,4% com doador vivo.

 A taxa de transplantes renais esperada para este ano é de 32 pmp (6.450 transplantes) e estamos apenas com 26,3 pmp; destes, somente 5,7 pmp com doador vivo, a menor taxa dos últimos 15 anos, 24% abaixo da meta de 7,5 pmp (1.500 transplantes). Apenas RS e SP apresentaram taxa superior a 45 pmp.

O número de transplantes hepáticos caiu 4,8%, com queda similar nos transplantes com doador vivo (4,0%) e falecido (4,8%). A taxa obtida de 8,2 pmp, está18% aquém da esperada de 10 pmp para este ano (2.000 transplantes). Somente DF e CE obtiveram taxa igual ou superior a 20 transplantes pmp.

O transplante cardíaco aumentou 12,5%, com taxa ainda muito baixa de 1,7 pmp, destacando-se o DF com uma taxa de 9,3 pmp.

O transplante de pulmão aumentou 22%, com taxa também muito baixa, de 0,4 pmp, com o RS mantendo a liderança (4,5 pmp). 

Já o transplante de pâncreas com taxa de 0,5 pmp, em suas três modalidades, continua em queda (13% no semestre).A queda de 5% no transplante córneas, com lista de espera muito pequena em alguns estados, deve ter uma avaliação mais aprofundada de suas causas. 

Entretanto, em relação ao primeiro trimestre (59,8 pmp), apresentou recuperação (65,0 pmp).Portanto, para que este não seja um ano perdido no transplante, várias medidas devem ser tomadas. É urgente a inclusão do transplante simultâneo de pâncreas e rim, da intercorrência pós-transplante e do acompanhamento pós-transplante (este sem reajuste há 17 anos) na portaria de incentivo aos transplantes, com incrementos de 30% a 60%, medida já proposta, e sendo analisada pelo SNT. 

Outra medida urgente, que já deveria ter sido tomada, é a modificação da idade máxima de doador falecido para o transplante renal (está como 75 anos no programa do SNT, por esse motivo, diferente da maioria dos países desenvolvidos, apenas 7% dos nossos doadores tem idade superior a 65 anos. 

Também, todos os segmentos envolvidos na melhoria das taxas de doação (SNT, ABTO, hospitais com programas educacionais financiados pelo governo) devem trabalhar nos 15 estados com taxa irrisória de doação e, através de metas estabelecidas e cumpridas, modificar rapidamente esse quadro.Portanto, há muito trabalho pela frente para ultrapassar esses obstáculos.

Diretoria e Conselho ABTO 




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