quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Ebola pode chegar ao Brasil


O médico carioca Paulo Reis, recém-chegado de Serra Leoa disse, nesta quinta-feira (21), em entrevista coletiva realizada na sede do Médico Sem Fronteiras, na Zona Sul do Rio, que o risco da importação do vírus Ebola existe, segundo a Organização Mundial da Saude (OMS), 783 pessoas já foram infectadas com o vírus ebola em Serra Leoa.

Segundo  o médico carioca, ele acha que no Brasil , não seria um problema tão grande quanto na África, devido a diferença de hábitos culturais.

"O risco de ter um caso importado sempre existe. Entretanto, na minha opinião, não considero que seria um problema mais sério. Os hábitos culturais daqui são diferentes. Aqui, certamente seria controlado rapidamente. É uma população diferente, são hábitos diferentes, é difícil convencer uma população grande de que eles têm de se prevenir. Por exemplo, nas práticas de enterro, eles têm muito contato com o corpo, coisa que não acontece no Brasil. A região em que eu estava era precária. Não tinha rede central de eletricidade, água potável. Com o ebola, o mais importante são as práticas culturais", afirmou.
Paulo veio em um voo comum , e para sair da África e retornar ao Brasil, teve de responder a um questionário e através de um termômetro infravermelho foi aferida sua temperatura, ele diz que os sintomas do ebola são muito semelhantes aos da malária, exceto pelo cansaço excessivo.
Vai ser monitorado durante 21 dias sua temperatura também é aferida, se apresentar febre , tem que entrar em contato com a sede do Médicos Sem Fronteiras.
O médico ressalta ainda o despreparo de equipes médicas. Segundo ele, as pessoas precisam ser treinadas e monitoradas para haver a certeza de que os procedimentos estão sendo feitos corretamente.
"Encontrávamos muitas equipes despreparadas, vários médicos infectados em Serra Leoa, mas nenhum no nosso centro. Existem vários procedimentos que não há riscos de contaminação.Isso tem que melhorar. Quando deixei o país, a mortalidade estava atingindo em torno de 70% dos pacientes”, concluiu o médico Paulo Reis.





Um comentário: