Usuários tendem a perder o acesso ao WhatsApp com o corte da internet após o fim do limite da franquia, idealizado pelas operadoras de telefonia móvel do país, a Vivo já colocou parcialmente em prática.
"Ao fim do limite do pacote de dados, as operadoras, ao invés de cortar o serviço, optaram por reduzir a velocidade do acesso. O benefício permite que o usuário, mesmo extrapolando a cota contratada, possa fazer pelo menos o básico, que inclui as mensagens de texto pelo WhatsApp ou a consulta de um e-mail", afirma Eduardo Tude, da consultoria de telecomunicações Teleco, que caracteriza a mudança das operadoras como uma "tendência natural".
Em outros países da América do Norte, Europa, e Ásia, o corte é algo natural ao fim da conta contratada, segundo Eduardo. "Não há outra alternativa, ou você contrata um plano adicional ou você fica sem o serviço". Outros países da América Latina também adotaram postura similar. No Brasil, no entanto, o acesso limitado foi adotado com o intuito de disseminar o uso da internet no celular, conta Tude.
"O benefício já não tem agradado tanto os usuários, que, muitas vezes, reclamam da baixa qualidade do acesso. O que se quer é uma internet cada vez mais veloz", disse ele, que acrescenta: "Além disso, hoje a velocidade mais baixa é disponibilizada pelo uso da rede 2G, mas a tendência é que ela seja eliminada para dar espaço a uma tecnologia de maior capacidade."
Do ponto de vista legal, a mudança também é permitida desde que estabelecida no contrato de prestação de serviço. É o que afirmou Adriana Pereira, diretora de Programas especiais do Procon/SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo). Segundo ela, as operadoras não podem alterar as regras dos contratos em vigência sem a autorização dos clientes.
Mesmo estando previsto em contrato, para cortar a internet é preciso que a operadora permita que o usuário possa acompanhar seus usos quando e quantas vezes julgar necessário. "Esse controle não pode ser unilateral, como acontece na maioria dos casos, relatou a diretora do Procônsul-SP.
A primeira operadora brasileira a implementar a nova forma de cobrança da internet foi a Vivo. Desde quinta-feira (6), a modalidade é válida para os usuários pré-pago nos Estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Segundo a Vivo, os clientes receberão um SMS quando atingir 80% e outro quando atingir 100% do pacote. Custa R$ 2,99 e tem validade de 7dias o pacote adicional.
Os clientes da operadora Oi, embora não oficialmente, afirmaram ter recebido um comunicado via SMS sobre o corte do pacote de internet após o término da franquia a partir de 8 de dezembro.
Outra operadora que também se mostrou propensa a seguir o mesmo caminho foi a TIM. Ainda que tenha dito não prever qualquer reajuste, informou por meio de uma nota que está avaliando as diferentes possibilidades.
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